quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ando intoxicada de paixões fuleiras. Essas que a gente vive a toda esquina, só pra esquecer o fato de que não temos a cura dos nossos corações feridos. Dessas que o barato sempre sai caro, porque de tranco em tranco a ferida acaba sendo maior do que calculamos. Esses sentimentos enrolados em papel barato e laços de fita mal feitos. Amores de R$ 1,99. Somados ao final, um baita rombo na conta.


Insistimos nessas histórias com considerável energia. Buscamos sexo e diversão e , não raramente, que tudo isso se transforme em amor. Ansiamos o amor, ali na brecha, naquele vão. Fitamos o errado, esperamos o certo. Colocamos sal na panela, mas esperamos o doce - ou no mínimo o agridoce. A esperança move o mundo, senão poderíamos dormir para sempre. E ficamos gripados da chuva, temos febre da exposição demasiada de nossas almas. De nossos corpos. Da nossa esperança dormindo ao sereno.

Já vi de perto o amor, mas faz tempo que não converso com ele. Ando no carnaval das paixões baratas, vendidas em liquidações de verão. Daí você compra uma blusa de "cashmere" aos 40 graus de um sol escaldante, não pra morrer sufocado , mas porque um dia você vai vesti-la. Na maior parte das vezes, elas (a blusa e aquela paixão) viverão pra sempre na gaveta. E você ainda vai sentir frio no inverno. Terá a milésima infecção de garganta da sua vida. O preço sempre é alto, no final.

Complicado viver sem adoecer. Triste mesmo são essas paixões ordinárias, travestidas de verdade, de discursos falsos, de promessas nunca cumpridas. Cada vez mais difícil reconhecê-las, posto que são uma espécie de esquizofrenia social justificadas por seus personagens. Amores efêmeros ou paixões baratas? Divididos no cartão de crédito ou pagos no pré-datado. A fatura virá na data estabelecida, com ou sem juros. Em qualquer caso, melhor vacinar contra rubéola, meningite, catapora, febre terçã. Ou achar um amor de verdade.

Cansada de ficar doente ... e morrer de paixões baratas."



Pra finalizar:



"E que fique muito mal explicado.

Não faço força para ser entendido.

Quem faz sentido é soldado." Mario Quintana

Nenhum comentário:

Postar um comentário